FIJ anuncia diminuição nos assassinatos de jornalistas, mas alerta que “não há lugar para a complacência”

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A Federação Internacional dos Jornalistas (FIJ), entidade a qual a FENAJ é filiada, divulgou seu levantamento anual de assassinatos de jornalistas em todo mundo: em 2017, 82 profissionais foram mortos em razão do exercício profissional.  Do total, 74 vítimas eram homens e 8 eram mulheres.

Houve diminuição do número de assassinatos, em comparação com o ano de 2016, quando 93 jornalistas foram assassinados.  Mas a situação da violência é grave. Segundo a Federação Internacional, existe um número sem precedentes de jornalistas presos e exilados, a autocensura é generalizada e a impunidade destes assassinatos, ataques e ameaças contra jornalismo independente estão atingindo níveis epidêmicos.

lista de jornalistas assassinados da Federação Internacional de Jornalistas detalha o desaparecimento de 82 repórteres e funcionários da mídia, quer em ataques premeditados, atentados com carros ou devido a fogo cruzado em zonas de combate.  O declínio nas mortes, segundo a FIJ, deu-se em parte porque houve menos focos em lugares altamente instáveis ​​e em parte devido à perda de territórios por alguns grupos armados, reduzindo a proximidade dos profissionais com a linha de fogo em zonas de combate.

O secretário-geral da FIJ, Anthony Bellanger, disse que, apesar de 2017 ter sido o ano menos mortal para a profissão na última década, mas não há lugar para a complacência.” Na Síria, no México e na Índia, os assassinatos de jornalistas têm níveis terríveis, mais mulheres jornalistas foram assassinadas, a impunidade por esses crimes ultrapassa os 90%, a autocensura é desenfreada e nunca houve tantos jornalistas presos”, denuncia.

Segundo ele, por causa do aumento de ataques premeditados a jornalistas,  a FIJ está empenhada em redobrar seus esforços com sindicatos afiliados em todo o mundo, para oferecer maior treinamento de segurança, apólices de seguro ao alcance de todos e para combater a impunidade. “Todos aqueles que atacam um jornalista, sejam entidades estatais, organizações paramilitares ou grandes corporações, devem ser levados à justiça”, afirma.

O presidente da FIJ, Philippe Leruth, disse que “o  mais preocupante é que essa diminuição não está vinculada a nenhuma medida governamental para enfrentar a impunidade desses crimes contra jornalistas. Pelo contrário, vemos como os chefes não mudaram nos países mais violentos, como a Índia ou o México, um país no qual esses assassinatos explodiram.”

Nenhuma região escapou da violência no jornalismo em 2017. De acordo com os números registrados pela FIJ, a região da Ásia-Pacífico foi a mais mortal com 27 assassinatos, seguidos pelo mundo árabe e o Oriente Médio (24), as Américas (17), a África (8) e a Europa, com cinco mortes .

Países com maior número de trabalhadores da mídia mortos em 2017:

México: 13

Afeganistão: 12

Iraque: 11

Síria: 10

Índia: 6

Filipinas: 4

Paquistão: 4

Nigéria: 3

Somália: 3

Honduras: 3