Com a venda de 21% de seu capital à Portugal Telecom, a Folha de São Paulo é o primeiro jornal brasileiro a abrir seu capital a um grupo estrangeiro. A operação é preocupante, pois, com significativa presença na mídia brasileira, a Portugal Telecom também tem participação acionária na operadora de telefonia “Vivo”, que tem como acionista majoritária a espanhola Telefônica. Tal negociação abre um precedente perigoso, a possibilidade de produção de informações por um serviço de telefonia cuja concessão tem outros fins e habilitações.
Esta operação foi revelada na página B-4 da edição da Folha de São Paulo de 04/01/05, em matéria que divulgava a fusão Folha-UOL. Talvez por isso o diário paulista tenha promovido, no ano passado, um processo de demissões em massa. E também por isso a FENAJ tem nova preocupação. Na esteira de tal negócio não virá mais exploração e precarização do trabalho dos jornalistas?
É preciso muita atenção dos jornalistas e da sociedade a esta operação comercial, pois, além de trazer conseqüências ao mercado de comunicação, pode também trazer graves prejuízos ao direito da sociedade à informação.