A importância do CFJ para a qualidade da formação jornalística, a reforma universitária e a troca de experiências no ensino de jornalismo foram alguns dos principais temas abordados no 8º Fórum Nacional de Professores de Jornalismo, realizado em Maceió (AL), de 21 a 23 de abril, com mais de 150 participantes. O evento foi organizado pela Ufal, com apoio da FENAJ e do Sindicato dos Jornalistas de Alagoas.
O momento forte do encontro foram os seminários dos cinco Grupos de Trabalho (Pesquisa na Graduação, Projetos Pedagógicos, Produtos Laboratoriais – eletrônicos, Produtos Laboratoriais – impressos e Atividade de Extensão). Neste ano foram mais de 100 trabalhos inscritos e selecionados quase 70.
O presidente do Fórum Nacional de Professores de Jornalismo, Gerson Martins enfatizou a necessidade de que as categorias participem das discussões sobre a Reforma Universitária e suas implicações. “É imprescindível que nós, professores de jornalismo, acompanhemos e participemos de todas as etapas da Reforma Universitária. Ela nos atinge a tal ponto, que podemos perder nossos empregos”, alertou, destacando que a proposta do ciclo básico, pela qual os cursos de jornalismo teriam apenas dois anos de formação específica poderá redundar em redução de carga horária e desemprego. Ele apresentou o documento elaborado conjuntamente pelo FNPJ, FENAJ e SBPJor e defendeu o aprofundamento da discussão na base.
Com a organização do 8º FNPJ sendo bastante elogiada, o Coordenador local do Fórum, professor Boanerges Lopes, destacou a realização da Cátedra Ufal/FENAJ de Jornalismo para Cidadania e o Fórum como fundamentais para o desenvolvimento do ensino de jornalismo.
Criação do CFJ foi debatida no Pré-Fórum
“O CFJ e a Qualidade da Formação Jornalística” foi o tema do debate do Pré-fórum realizado no dia 21 de abril, com enfoque em torno das implicações de sua criação para a prática pedagógica. Mediado pelo presidente do Sindicato dos Jornalistas de Alagoas, Antonio Pereira, o Pré-fórum teve como expositores o presidente da FENAJ, Sérgio Murillo de Andrade, o presidente do FNPJ, Gerson Martins e o presidente da SBPJor, Elias Machado.
Sérgio Murillo fez uma retrospectiva da criação do projeto até a discussão no Congresso Nacional, em 2004, e a conseqüente repercussão na mídia nacional. Segundo ele, o Pré-Fórum faz parte da Campanha pela Valorização da Profissão de Jornalista, definida recentemente pela FENAJ, como estratégia para reabrir a discussão sobre o CFJ.
Gerson Martins ressaltou a importância da participação dos estudantes nas lutas sindicais. “A valorização virá com os focas. O estudante não tem consciência da sua categoria”, afirmou. Segundo ele, o ensino da disciplina Ética e Legislação é o momento mais proveitoso para discutir a valorização e regulamentação profissional.
Os estudantes, porém, reclamam da dificuldade de acesso a informações ligadas à categoria. Exemplo disso, segundo a representante estudantil, a aluna de jornalismo do Cesmac, Riane de Lima, foi o fato de a maioria dos estudantes só ter conhecimento do projeto do CFJ após a divulgação na mídia.
Já o presidente da SBPJor, Elias Machado, destacou em sua exposição a importância da relação do CFJ com a sociedade. “O Conselho não é apenas um órgão fiscalizador, mas um meio de inclusão social que deve colaborar para a prática da democracia”, afirmou.
Carta aberta
Durante o evento, a FENAJ lançou a “Carta Aberta aos Professores de Jornalismo”, convocando os docentes a engajarem-se na Campanha pela Valorização da Profissão de Jornalista, em defesa da formação específica de qualidade. “A FENAJ e os sindicatos convidam os professores de jornalismo para que, além de permanecerem unidos aos profissionais nestas ações, através de suas entidades, nas suas escolas e em sala de aula, aprofundem a defesa do jornalismo democrático, ético e de interesse público e da formação específica de qualidade”, diz o documento.
