Lutas dos jornalistas ganham novos contornos

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No sul, sindicatos buscam unificar ações. Em Minas e no DF estão programadas assembléias para definir os rumos das campanhas. Em São Paulo, a intransigência patronal leva jornalistas de Rádio e TV para dissí­dio. Já em Sergipe, embora assinando acordo com conquistas parciais, a categoria quer mais. Veja, abaixo, mais detalhes sobre algumas das campanhas salariais de jornalistas em curso no paí­s.

Sindicatos do Sul realizam seminário
Representantes dos quatro sindicatos do Sul do Paí­s – Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e Londrina – reuniram-se nos dias 6 e 7 de maio em Florianópolis para discutir a unificação da campanha salarial entre os Estados. O 1º Seminário de Unificação da Campanha Salarial definiu diretrizes de ação para as próximas negociações coletivas dos sindicatos.

A intenção é continuar as discussões para, no futuro, unificar a campanha no Sul. “Foi muito importante porque o seminário possibilitou a troca de experiências e de situações comuns e diferenciadas entre os sindicatos”, explicou o presidente do Sindicato dos Jornalistas de Santa Catarina, Luis Fernando Assunção.

No evento, a diretora da Fenaj, Valci Zucolotto, também realizou uma explanação sobre as ações da entidade neste iní­cio de ano, em especial a defesa da regulamentação profissional, reforma universitária e sindical.

Sindicato de Minas amplia mobilização
Em assembléia geral realizada no dia 4 de maio, os jornalistas de Belo Horizonte rejeitaram a proposta do sindicato das empresas de rádio e TV, considerando-a insatisfatória. Buscando evitar o dissí­dio e celebrar acordo coletivo, no entanto, decidiram rebaixar suas reivindicações, pleiteando piso e abono de R$ 1.000,00. No dia seguinte, os patrões apresentaram nova proposta que, segundo os representantes dos jornalistas “veste um santo com a roupa do outro”: reajuste de 5%, piso de R$ 900,00 para rádio e R$ 1.000,00 para TV.

A categoria considera a unificação e elevação do piso fundamental. Por isso, além de buscar novos avanços no processo negocial, o SJPMG pretende ampliar a mobilização nas redações para sensibilizar o patronato. A data-base foi prorrogada até o dia 13 de maio. Os jornalistas têm nova assembléia marcada para quarta-feira, dia 11, às 20h, na sede do SJPMG.

Já quanto aos profissionais de jornais e revistas, após muitos protestos e pedido de intermediação da DRT, o sindicato patronal de BH marcou a primeira reunião de negociação para o dia 12 de maio.

Jornalistas de Sergipe têm reajuste de 8% e prosseguem lutando
Contrariados pela postura patronal de agarrar-se à Emenda Constitucional 45 (reforma do Judiciário) para negar o ingresso de Dissí­dio Coletivo no TRT, os jornalistas de Sergipe decidiram, em assembléia realizada dia 25 de abril, aceitar um reajuste de 8% retroativo a 1º de janeiro de 2005. Assim o piso para cinco horas passou a ser de R$ 684,36. A diferença retroativa deverá ser paga até junho.

A decisão foi por maioria, mostrando um grande descontentamento dos jornalistas com os patrões. E foi complementada com outras deliberações em busca da valorização da profissão: que o sindicato retome negociações já em maio buscando um novo
reajuste em função do aumento do salário mí­nimo, denúncia em todas as instâncias
judiciais e públicas dos flagrantes desrespeitos aos direitos trabalhistas dos
jornalistas e fiscalização rigorosa do cumprimento da Convenção Coletiva de 2005 e da legislação trabalhista.

Empresas de Rádio e TV de São Paulo rejeitam proposta do TRT
Com data-base em dezembro, os jornalistas de Rádio e TV de São Paulo tiveram a perspectiva de desfecho da campanha salarial 2004/2005 – com um reajuste de 7,39% e abono de 35% – frustrada pelos empresários do setor. O segmento patronal rejeitou a proposta conciliatória do TRT/SP, remetendo a decisão final para Dissí­dio Coletivo.

Enquanto aguarda o julgamento do dissí­dio, a diretoria do Sindicato dos Jornalistas pretende procurar as empresas de Rádio e TV para tentar selar acordos com cada uma delas e, assim, garantir direitos e salários da categoria.

No DF sindicato realiza assembléias nas redações
O Sindicato dos Jornalistas do DF inicia, nesta segunda-feira (09/05), nova rodada de assembléias nas redações para análise de nova proposta dos empresários de comunicação para acordo coletivo. Ela inclui 6,08% (INPC cheio) mais um abono limitado a R$ 800,00 em duas parcelas, metade em maio e metade em setembro. Os pisos seriam reajustados em 6,08% para mí­dia impressa e 12% para mí­dia eletrônica, dividido em duas parcelas, 6% em maio e 6% em setembro. Após a consulta às redações, o Sindicato dará resposta aos patrões.