As agressões a profissionais de imprensa marcaram também no mês de junho o cotidiano jornalístico brasileiro. No dia 25 o Sindicato dos Jornalistas do Mato Grosso denunciou a agressão verbal e prisão da jornalista Ana Sampaio por um policial militar. Já no dia 29, o jornalista Valério Paiva foi vítima de agressão física e ameaça na Câmara Municipal de Campinas. Segundo nota expedida pelo Sindicato dos Jornalistas do Mato Grosso, Ana Sampaio foi agredida verbalmente pelo policial militar identificado como cabo Júlio, quando questionou a abordagem violenta contra um rapaz em uma moto, e foi detida sob a acusação de atrapalhar o trabalho da polícia. Na ocasião, a jornalista questionou o policial sobre o motivo de estar detendo violentamente o motociclista e seu gesto foi interpretado como desrespeito ao trabalho da polícia. Logo em seguida ela identificou-se como jornalista e, quando mostrou interesse em noticiar o fato, não só lhe foi impedida a liberdade de imprensa, como também foi detida. Sampaio declarou ter recebido, na viatura policial, uma série de xingamentos, acusações e ameaças de que a jornalista seria exposta junto aos seus colegas da imprensa. O policial lavrou um Boletim de Ocorrência com relatos que não aconteceram, fotografou a jornalista ao lado do motociclista detido e distribuiu a foto para seus contatos de mídias sociais, inclusive para alguns veículos de comunicação. O Sindicato mato-grossense criticou também outro atentado contra a profissão e contra a ética: o veículo Repórter MT divulgou uma nota sensacionalista expondo a jornalista, mesmo sem citar o nome dela. A nota tomava como fatos todas as acusações divulgadas pelo policial, sem apurá-los. Diante da comoção da categoria, o veículo elaborou nova matéria, narrando a versão da jornalista Ana Sampaio. O Sindjor-MT repudiou a atitude do policial e a produção, por parte da Imprensa, de materiais jornalísticos sem apuração e sem a preocupação ao expor a pessoa humana, podendo causar danos materiais e morais. Uma sindicância foi instaurada pela Polícia Militar para averiguar a atitude do policial. Jornalista é agredido e ameaçado na Câmara de Campinas Ao ouvir que Rodrigo Pavani, apoiador da Emenda, havia rasgado uma bandeira do movimento LGBT, Paiva, que estava devidamente credenciado, se aproximou com sua câmera e foi empurrado deliberadamente e com força por Pavani, que ameaçou quebrar sua máquina e foi detido por um Guarda Municipal. Valério chegou a ir ao DP, mas por não ter se machucado nem ter tido seu equipamento danificado, decidiu não registrar a queixa. Outra agressão física, de maior gravidade, foi registrada no plenário durante a votação. A professora de Sociologia da rede estadual e integrante do Coletivo Feminista Rosa Lilás, Carolina Figueiredo Filho, foi agredida a tapas no rosto por um homem que também estava entre os que defendem a Emenda. Identificado por militantes contrários à Emenda como Cássio Guilherme Reis Silveira, agente da Polícia Federal e membro do Movimento Integralista Linearista Brasileiro, ele não foi detido e sim escoltado pela Guarda Municipal para sair do local, mas o caso foi registrado no Distrito Policial. Com informações do Sindicato dos Jornalistas de Mato Grosso e do Coletivo de Jornalistas de Campinas e Região |