A digitalização das comunicações no Brasil vem crescendo rapidamente. Mas a falta de regulamentação e a pouca participação da sociedade nos debates contribuem para que ela prossiga apenas de acordo com os interesses dos grandes grupos de comunicação, ameaçando a soberania nacional. Este foi o alerta da FENAJ no seminário “digitalização das comunicações: a contribuição da sociedade”, realizado dia 28 no V FSM.
A discussão sobre a mudança tecnológica nos meios de comunicação no Brasil vem se dando desde o final da década de 1990. Mas ainda é pequena. E concentra-se nos aspectos técnicos e não se aprofunda sobre as implicações sociais, políticas, culturais e econômicas que a digitalização trará. Por isso, Celso Schrí¶der, Secretário Geral da FENAJ, defendeu que é fundamental trazer este debate para dentro das entidades de classe, sob pena de vermos os interesses nacionais serem atropelados pelos dos grandes conglomerados de mídia.
Outro debatedor, Luiz Antônio de Carvalho, da Rede de Informações do Terceiro Setor (RITS), apontou que neste processo será definido o futuro da comunicação social no país. Ele advertiu que há risco de setores da sociedade, principalmente os mais pobres, ficarem mais marginalizados dos meios de comunicação, dependendo do modelo de digitalização a ser implantado.
Ambos enfatizaram a necessidade da sociedade pressionar o governo federal na definição de uma regulamentação da matéria que considere aspectos sociais e impactos econômicos, após amplo debate e definição do sistema de comunicação social a ser implantado no país. A definição do novo formato e modelo de transmissão, da geração de conteúdos e de adaptação de emissoras públicas, estatais e educativas à nova tecnologia são consideradas fundamentais para se garantir os interesses nacionais.
Home Boletins Eletrônicos Participação da sociedade na definição do sistema digital brasileiro é fundamental