Depois de ser recebido com protestos no Ceará e no Paraná na semana passada, na manhã desta segunda-feira (31/8), foi a vez do ministro Gilmar Mendes ser “recepcionado” no Rio de Janeiro. Protestos contra a decisão do STF, debates e ações pela restituição da exigência do diploma para o exercício da profissão prosseguem em vários Estados.
Jornalistas protestaram em frente ao prédio da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan), onde o ministro participou de uma palestra nesta segunda-feira. Além de faixas e cartazes, os manifestantes vestiram-se com toga de magistrado com chifres e tridentes de diabos. Conforme relato do Sindicato, o carro do ministro entrou rapidamente no prédio da Firjan e saiu de lá em velocidade, com os vidros fechados, entre dois carros de sua segurança.
Em reunião realizada na ECA-USP, no dia 27 de agosto, entidades de profissionais, professores e estudantes de Jornalismo decidiram organizar-se para defender o Jornalismo. A iniciativa de criar o Fórum Paulista em Defesa do Jornalismo foi do professor José Coelho Sobrinho, idealizador do Núcleo de Pesquisa em Jornalismo e Interesse Público da ECA, responsável pela convocação da reunião. Os participantes também deixaram claro que fazer a defesa do Jornalismo de imediato significa lutar pela volta da exigência da formação específica. O evento teve como marca a luta unitária em defesa do diploma, contando com representantes tanto da atual direção do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo quanto da oposição, além de representantes de diversas entidades e instituições de ensino. E em Presidente Prudente, no dia 20, a Faculdade de Comunicação Social “Jornalista Roberto Marinho” (Facopp) da Unoeste, realizou uma mesa-redonda sobre a não obrigatoriedade do diploma de Jornalismo. A atividade foi realizada pela manhã e à noite, reunindo cerca de 300 pessoas entre profissionais, docentes e acadêmicos.
Com o apoio dos deputados federais Emiliano José (PT), Alice Portugal e Daniel Almeida (PCdoB), e do presidente da Câmara Municipal de Salvador, vereador Alan Sanches (PMDB), os jornalistas e estudantes de Jornalismo participaram na quinta-feira (27/8) de uma audiência pública no auditório do Centro de Cultura da Câmara soteropolitana. Antes da audiência, dezenas de jornalistas e estudantes promoveram uma manifestação no Jardim da Piedade, seguindo depois em passeata até a Praça Municipal, onde cantaram o Hino Nacional e gritaram palavras de ordem da campanha em defesa do diploma.
E no Mato Grosso do Sul, também no dia 27, foi lançada uma nota pública assinada por 18 entidades com o mote “Fora Gilmar Mendes”.
Em Ponta Grossa (PR), nesta segunda-feira houve uma manifestação pública em defesa do Jornalismo no plenário da Câmara Municipal. Além de estudantes e docentes de Jornalismo da UEPG e de entidades do campo jornalístico, a atividade contou com representantes de entidades que integram o Fórum Social em Defesa de Políticas Públicas de Ponta Grossa. No mesmo dia, o curso de Comunicação Social da Feevale, de Novo Hamburgo, promoveu um debate sobre o diploma de jornalista com a presença do presidente da FENAJ, Sérgio Murillo, e do presidente do Sindicato dos Jornalistas do Rio Grande do Sul, José Maria Nunes.
Diretores do Sindicato dos Jornalistas no Ceará e da FENAJ participaram, também no dia 31, de café da manhã com a bancada federal cearense, na sede do Departamento Nacional de Obras contra as Secas (DNOCS), em Fortaleza, para reforçar o pedido de apoio às Propostas de Emenda Constitucional (PECs) que tramitam no Senado e na Câmara dos Deputados com o objetivo de restabelecer a obrigatoriedade do diploma. O curso de Comunicação Social da Faculdade Integrada do Ceará (FIC) debaterá “A importância do Ensino Superior em Comunicação Social” nesta quinta-feira (3/9), durante aula inaugural dirigida aos alunos de Jornalismo e de Publicidade e Propaganda.
O Sindicato dos Jornalistas de Santa Catarina prepara a série de atividades “Setembro Quente” em defesa do diploma e contra os oligopólios da mídia. A primeira atividade será nesta quinta-feira, das 11 às 14 horas, na Esquina Democrática, em Florianópolis, com o lançamento de um abaixo-assinado e de um texto explicativo para a população sobre os problemas provocados pela concentração dos meios no Estado, com ênfase no caso da RBS. O ato também será feito nas principais cidades do Estado.