Desde a semana passada, após a decisão do STF extinguindo a obrigatoriedade do diploma de jornalismo para o exercício da profissão, atos de protesto proliferam em todo o país. Já no início desta semana, em São Paulo e Rio, manifestantes fizeram “marcação cerrada” na agenda do relator do processo que cassou a obrigatoriedade do diploma, ministro Gilmar Mendes, pedindo sua saída do STF. Novas atividades estão previstas para os próximos dias.
Os atos contra a decisão do STF começaram no dia seguinte ao julgamento do Recurso Extraordinário RE 511961, quando estudantes e professores de Caxias do Sul sairam em passeata de desagravo pela cidade. Houve manifestações, também, em Londrina, Ponta Grossa, Guarapuava e Maringá. A posse da nova diretoria do Sindicato dos Jornalistas do Paraná, em Curitiba, se transformou num movimento de contestação com profissionais, professores, estudantes, representantes de outros segmentos da sociedade, autoridades e parlamentares usando fita preta nos braços em sinal de luto e indignação contra a irresponsabilidade do STF.
Na sexta (19/06), estudantes da Faculdade de Comunicação da PUCRS, em Porto Alegre, promoveram um ato público interrompendo o trânsito na Avenida Ipiranga, exibindo faixas, cartazes, narizes de palhaço e palavras de ordem contra a decisão. Em Santa Maria os protestos ocorreram no sábado. No Mesmo dia, em João Pessoa (PB), foi reativado o Fórum de Luta contra a Desregulamentação das Profissões do Estado da Paraíba, numa primeira reação à medida do STF por 18 entidades representativas de várias categorias profissionais.
Em Recife, nesta segunda-feira (22/06), os estudantes da Unicap prosseguiram com manifestações contrárias à decisão do STF com o movimento “Panelada de Jornalismo”, batizado em alusão à comparação entre jornalismo e culinária, feita pelo presidente do STF. Jornalistas, estudantes, professores de Jornalismo, sindicatos e entidades sociais realizam, na sexta-feira (26), às 9h, passeata com concentração às 15h, na Praça Oswaldo Cruz, em frente ao Sindicato dos Jornalistas, com saída às 16 h em direção à sede do TRF, no Cais do Apolo. Antes disso, haverá uma parada diante da sede do TJPE, quando haverá um ato simbólico em defesa dos jornalistas.
Estudantes fizeram protesto nesta segunda-feira (22/06), em São Paulo, na região da Av. Paulista. O alvo era o ministro do STF, Gilmar Mendes, que deu palestra em um hotel na Alameda Santos. Fotos de Marcelo Pereira, para o site Terra, registraram o movimento e a reação do ministro, para quem o ato não era contra ele. “Talvez haja uma incompreensão. Na verdade, estão protestando não é contra mim, é contra a decisão do Supremo”, disse. Certamente Mendes não teve acesso ao panfleto com os dizeres “Sai Fora Gilmar”. No mesmo dia, às 19h, houve manifestação na Câmara de Vereadores de Santos. Para terça-feira (23/06) à noite, na Regional Sorocaba do Sindicato de SP, profissionais, estudantes, professores e representantes da sociedade organizada discutem a decisão do STF.
Na manhã desta segunda-feira (22), no centro do Rio, houve a primeira de uma série de manifestações contra a decisão do STF, recebendo das pessoas que por ali transitavam cumprimentos, solidariedade e apoio ao movimento. Da concentração, na sede da ABI, os ativistas saíram em passeata na direção da Câmara Municipal, na Cinelândia, e terminaram nas escadarias da Assembleia Legislativa. No percurso, entoaram palavras de ordem como “Ada, ada, ada, Gilmar Mendes é uma piada”. O jornaleiro Sebastião Batista, pai de uma jornalista, participou do protesto, de terno e gravata, com um cartaz pendurado no pescoço, onde se lia “E agora? Onde jornalista vai enfiar o diploma?”. Nesta terça-feira, quando Gilmar Mendes tinha agenda às 17h, na Fundação Getúlio Vargas, na praia de Botafogo, houve nova manifestação.
Houve atividades no centro de Belém ontem e, nesta terça-feira, na Unama. Está sendo preparada uma grande manifestação em frente ao Tribunal de Justiça do Pará para quinta-feira (25/06), onde os participantes, vestidos de preto, farão um “panelaço” e distribuirão mingau para a população.
Também na segunda (22), aconteceram manifestações em Caxias do Sul, Teresina e em Brasília, onde foi entoado o canto “Fora Gilmar Mendes, Gilmar Mendes Fora! Fora seu tirano já chegou a tua hora”. Um vídeo sobre a manifestação está disponível na internet para apreciação em todo o mundo.
Em Brasília, Belo Horizonte e São Paulo já estão confirmados novos atos pedindo a saída do empresário e pecuarista Gilmar Mendes da presidência do Supremo Tribunal Federal. A convocatória da “Vigília junina por uma luz no Judiciário” anuncia que na quarta-feira, às 18h, em Brasília, “vai ter Quadrilha na Praça dos Três Poderes”.
Porto Alegre sediará quarta-feira (24/06), a partir do meio-dia, um protesto contra a decisão do STF e pela qualidade de informação. Estarão presentes, na Esquina Democrática, estudantes de todo o Estado. A orientação é para os manifestantes se vestirem de preto, levarem narizes de palhaço e apitos.
A programação de protestos em Santa Catarina prevê assembleias e atos de desagravo quarta-feira às 10h e 19h, no auditório da FECESC, em Florianópolis. Estão sendo organizadas, também, atividades em Criciúma, Blumenau, Joinville, Tubarão, Chapecó, São Miguel D’Oeste, Itajaí, Rio do Sul e Joaçaba.
No movimento de ações simultâneas, jornalistas e estudantes de Jornalismo das faculdades de Curitiba se reúnem nesta quarta-feira, às 11h, na Esquina das Marechais, no Centro de Curitiba, para manifestar indignação contra a absurda decisão do STF. O ato deve contar com a participação de estudantes da PUC, UniBrasil, Opet, Universidade Positivo, UFPR e Facinter. Está sendo organizada ainda a vinda de acadêmicos de Jornalismo da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG).