Em nota emitida nesta segunda-feira, o Sindicato dos Jornalistas do Município do Rio de Janeiro cobrou ações do governo do estado contra a violência a jornalistas. A entidade protestou contra a ação de supostos traficantes que, no dia 26 de julho dificultaram a cobertura de profissionais de três veículos de comunicação da visita do senador e candidato a prefeito do Rio, Marcelo Crivella (PRB) na Vila Cruzeiro.
A Vila Cruzeiro fica no Complexo do Alemão, onde há seis anos o jornalista Tim Lopes foi torturado e executado. No episódio de sábado (26/07), repórteres e fotógrafos dos jornais “O Globo”, “Jornal do Brasil” e “O Dia” foram abordados e ameaçados por homens com rostos cobertos, um deles armado. Contrariados com fotos tiradas na comunidade, na visita do candidato do PRB, os agressores exigiram que os repórteres fotográficos as deletassem.
Para o Sindicato do Município do Rio, tal ocorrência denuncia a “incapacidade do poder público de libertar as favelas da tirania do narcotráfico e incluir suas populações na vida democrática do País”.
Referindo-se às declarações do governador Sérgio Cabral condenando o fato e afirmando que “o direito de ir e vir de candidatos e da imprensa é sagrado”, a entidade concordou, mas considerou que o governo do Estado, “mais que se indignar, precisa reestruturar suas ações contra milícias, traficantes e policiais corruptos. Sem isso, o processo eleitoral no Rio de Janeiro será o reflexo de uma democracia pela metade, com zonas de exclusão”.