Profissionais de comunicação de Santarém, no Oeste do Pará, realizaram, no dia 20 de junho, um protesto contra os baixos salários pagos pelas empresas do setor na região. Utilizando como mote a semana em que se comemorava o aniversário da cidade e a torcida pela seleção brasileira na Copa 2014, denunciaram o baixo índice de reajuste que as empresas do setor concederam recentemente (5,5%). Em nota oficial de apoio ao movimento, o Sindicato dos Jornalistas do Pará repudiou a demissão de dois jornalistas no Grupo Tapajós e manifestou que atuará contra retaliações ao movimento.
A manifestação espontânea foi organizada via redes sociais. Os jornalistas e radialistas caminharam pelas ruas centrais da cidade vestindo camisetas com as cores do Brasil, portando cartazes e distribuindo panfletos para a população. Ao final da passeata, fizeram discursos na Praça do Pescador denunciando os baixos salários e péssimas condições de trabalho. Segundo as denúncias o salário pago aos que atuam nessa área em Santarém é, em média, de R$ 788. Insatisfeitos com os baixos salários, os jornalistas lutam, também, contra a burla das empresas, que caracterizam seus contratos de trabalho como de radialistas para se desobrigarem de cumprirem os acordos e convenções de sua categoria profissional.
Demitida por reclamar das condições de trabalho, Ronilma Santos, da diretoria regional provisória do Sindicato dos Jornalistas disse que o objetivo do movimento, além de integrar os profissionais de comunicação, foi mostrar à população a dura realidade dos profissionais do setor na região. Disse, também, que há um trabalho de filiação de jornalistas e que a ideia e realizar, até o final deste ano, uma eleição para a diretoria regional definitiva da entidade no Oeste do Pará.
Em nota oficial, o Sindicato dos Jornalistas do Pará ressaltou que está atento a qualquer forma de retaliação contra os profissionais que participaram das manifestações e colocou seu setor jurídico à disposição dos jornalistas de Santarém.