Sindicato pede garantias aos jornalistas demitidos da Record News

600

A direção do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo (SJSP) esteve reunida na tarde de segunda-feira (dia 5) com representantes da Rede Record de TV que anunciou a demissão de cerca de 40 trabalhadores, entre eles 25 jornalistas, responsáveis pela produção da Record News. As dispensas envolvem as praças do Distrito Federal e Santa Catarina.

A empresa anunciou uma “reformulação na grade de programação” que na prática significa demissão. Na reunião, o SJSP solicitou que a empresa informe o número exato de jornalistas demitidos, quais as praças efetivamente atingidas, que se realize rescisões com um abono salarial, manutenção do plano de saúde e acompanhamento pelo Sindicato do processo de reestruturação.

A direção do Sindicato protestou contra as demissões e solicitou a sua revisão. “Trata-se de um corte drástico e o Sindicato acompanhará de perto todo o desenrolar da dita reestruturação, fazendo prevalecer todos os direitos previstos no acordo coletivo. Os empresários precisam negociar com os Sindicatos toda demissão”, disse o presidente do SJSP, José Augusto Camargo (Guto).

Esta é a íntegra do comunicado divulgado pela Rede Record
“A Record informa que a Record News, após 5 anos de atividades, passará por uma reformulação em sua grade de programação. A experiência do primeiro canal de notícias em televisão aberta totalmente gratuito demonstrou que o formato precisa se adequar ao novo momento de comunicação no País. Assim, a nova Record News terá conteúdo estritamente jornalístico e sua programação vai priorizar as principais informações do dia.

A Record News manterá o Jornal da Record News sob o comando de Heródoto Barbeiro, com a participação de comentaristas como os jornalistas Ricardo Kotscho e Nirlando Beirão. Os principais telejornais da TV Record também serão reexibidos em horários alternativos.

Com esta reformulação, a Record vai atender aos telespectadores que buscam informação 24 horas por dia em televisão aberta e gratuita em todo o território nacional.”

Como assim?
“Como assim, dizem que o canal terá conteúdo estritamente jornalístico e demitem grande parte da redação?”, reagiu Sérgio Murillo de Andrade, diretor da FENAJ e do Sindicato dos Jornalistas de Santa Catarina, à nota oficial da direção da Record News. Ele informou que o Sindicato catarinense também acompanhará este processo na defesa dos interesses dos trabalhadores.

Para o presidente da FENAJ, Celso Schröder, o processo demissionário na Record News, aliado ao fechamento do Jornal da Tarde, do Grupo Estado, compõe um cenário de crise de gestão e irresponsabilidade nas empresas de comunicação, principalmente num momento em que os dados econômicos do setor são favoráveis. “Não podemos admitir estes processos de demissão em massa, que expressam um descompromisso social das empresas e uma agressão à Convenção 158 da OIT”, disse. Adiantando que esta situação merecerá uma manifestação do 35o Congresso Nacional dos Jornalistas, que se inicia nesta quarta-feira (7/11), em Rio Branco (AC).

Com informações do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo e da FENAJ