Sindicato solidariza-se com repórter da TV Cultura ameaçada durante o exercício profissional em 7 de setembro

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O Sindicato dos Jornalistas de São Paulo (SJSP) solidarizou-se com a repórter da TV Cultura, Aline Porcina, que foi ameaçada enquanto realizava seu trabalho na cobertura do 7 de setembro na Av. Paulista.

A profissional estava com sua equipe no vão do MASP, entre 6h30 e 11h, dentro da grades, onde estavam colegas de imprensa e um grande efetivo policial. O agressor esperou os dois colegas da equipe (cinegrafista e auxiliar) se afastarem da repórter para realizar as ameaças e tentou intimidar a profissional, afirmando que “um repórter ficou com o olho roxo em Brasília”.

A presença de centenas de policiais próximos do vão do MASP não coibiu a ação do agressor.

O SJSP cobra das autoridades competentes a proteção das e dos jornalistas e pede que as empresas também garantam condições seguras de trabalho.

O SJSP esteve de plantão durante todo o feriado da Independência para receber denúncias de agressão ou intimidação do exercício profissional e garantir a segurança das e dos profissionais que trabalharam neste 7 de setembro.

Outros casos

Uma publicação no Twitter expõe que outras duas profissionais da CBN – Victória Abel e Juliana Arreguy – foram identificadas como espiãs durante a cobertura dos atos pró-Bolsonaro por permanecerem neutras durante os discursos pró-Bolsonaro.

Ao relatar que não estavam identificadas como profissionais de imprensa e nem podem, a jornalista denuncia o medo com o qual as profissionais se acostumaram a sentir enquanto trabalham.

Posição do SJSP

O Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo (SJSP) lamenta os ataques e reitera seu apoio irrestrito às profissionais.

Para o SJSP, o sistemático ataque contra profissionais de imprensa, especialmente mulheres, reflete as ações do próprio presidente da República, ao qual os agressores apoiam. (Leia mais sobre a ação)

Costumeiro agressor das jornalistas, Bolsonaro foi condenado em primeira instância em ação movida pelo SJSP por assédio moral coletivo contra a categoria.

Nas semanas que antecederam os atos, Bolsonaro havia promovido outros ataques contra jornalistas mulheres durante o exercício profissional.

No dia anterior dos atos, a repórter Amanda Klein foi agredida ao questionar Bolsonaro sobre a origem dos recursos com o qual comprou imóveis em dinheiro vivo durante um programa na Jovem Pan. Já Vera Magalhães foi atacada durante o debate entre presidenciáveis na Band, em 28 de agosto, ao questionar a redução da cobertura vacinal no país. Não é a primeira vez em que Vera foi atacada pelo presidente da República.