Sindicatos instalam Comissões da Verdade

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Em solenidade realizada no dia 29 de novembro, na sede do Sindicato dos Jornalistas do Rio Grande do Sul, foi instalada oficialmente a Comissão da Verdade dos Jornalistas Gaúchos. Nesta quarta-feira (5/12), será instalada, em audiência pública na Assembleia Legislativa de Santa Catarina, a Comissão Memória, Verdade e Justiça dos jornalistas do estado. As atividades integram as iniciativas estimuladas pela FENAJ, em conjunto com os Sindicatos de Jornalistas, para produção de um relatório nacional sobre os crimes contra jornalistas pela ditadura militar.

A Comissão da Verdade dos Jornalistas Gaúchos é composta pelos jornalistas Antonio Oliveira, Elmar Bones, João Borges de Souza e Rafael Guimarães. Novo encontro está agendado para o dia 12 de dezembro, às 18 horas, na Assembleia Legislativa. O objetivo é reunir o maior número de profissionais em uma audiência pública para apresentarem suas histórias vividas durante o período ditatorial.

Desenvolvida em parceria com a Comissão de Direitos e Garantias Fundamentais do Legislativo catarinense, a audiência pública para instalação da Comissão da Verdade dos Jornalistas será às 19 horas e contará com as participações de Gilney Viana, coordenador do projeto Direito à Memória e à Verdade da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, Prudente Mello, membro da Comissão de Anistia do Ministério da Justiça, e do jornalista Paulo Markun, que em sua trajetória profissional vivenciou as agruras da repressão.

A comissão catarinense é composta pelos jornalistas Celso Martins, Leonel Camasão, Paulo Lehmkuhl Vieira, Elaine Borges, além do professor e advogado Prudente Mello, que é assessor jurídico do SJSC. Tal comissão colherá depoimentos, informações e documentos sobre jornalistas que foram vítimas da ditadura militar em Santa Catarina.

Já criaram suas comissões Sindicatos como os dos Jornalistas de São Paulo e do Estado do Rio de Janeiro. A FENAJ está incentivando a criação da comissão em todos os 31 sindicatos. Os resultados dos levantamentos nos estados serão encaminhados à Comissão Nacional Memória, Verdade e Justiça dos Jornalistas – lançada no 35º Congresso Nacional dos Jornalistas, realizado em Rio Branco (AC) no início de novembro. Ela fará o compilamento das informações recebidas pelos estados e enviará um relatório à Comissão Nacional da Verdade, instituída pelo governo federal em maio deste ano com o propósito de apurar as violações de direitos humanos ocorridas entre 1946 e 1988.

” O propósito do trabalho é fazer o mais amplo levantamento documental e iconográfico, recuperando a história dos jornalistas, não apenas os mortos e desaparecidos no período da ditadura militar no Brasil, mas também de todos os que foram comprovadamente perseguidos, ameaçados, cassados, indiciados em processos, condenados, exilados, presos e torturados”, conta o diretor de Relações Institucionais da FENAJ e coordenador geral executivo da Comissão Nacional, Sérgio Murillo de Andrade. Segundo ele, a base de pesquisa nacional serão os documentos oficiais produzidos no período pelos órgãos de informação, e que estão hoje sob a guarda do Arquivo Nacional, que conta em seu acervo com os fichários dos órgãos que compunham o sistema do SNI (Serviço Nacional de Informações). Também será realizada pesquisa junto ao Ministério da Justiça\Comissão de Anistia (nos requerimentos e votos) além de outras fontes como depoimentos, entrevistas e publicações de época.

“A intenção é cruzar as informações obtidas nos arquivos oficiais nacionais com o levantamento realizado nos Estados”, complementa Sérgio Murillo. Para possibilitar que o trabalho seja finalizado em tempo hábil, as Comissões dos Sindicatos devem encaminhar seus relatórios para sede da FENAJ até 31 de março de 2013.

Com informações dos Sindicatos dos Jornalistas de SC e do RS