Na semana passada o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) divulgou levantamento mostrando que 83,6% dos reajustes salariais obtidos no primeiro semestre de 2005 foram iguais ou superiores à variação do índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC). Já no caso dos Jornalistas o des_mpenho ficou abaixo da média nacional: 63,63%, de acordo estudos da assessoria econômica da FENAJ.
Segundo o estudo do Dieese, este foi o melhor resultado desde o primeiro semestre desde 1996 para a maioria das categorias de trabalhadores. Em cerca de 57% dos casos houve aumentos reais de até 2 %. Segundo a direção do órgão de assessoria sindical, este desempenho ocorreu em função da queda nos indicadores de inflação, da expectativa de bom desempenho da economia, tanto neste ano quanto no próximo e também porque a base de reajustes anteriores estava “bastante depreciada”.
Quanto aos jornalistas, de 11 sindicatos com data-base no primeiro semestre, 6 concluíram suas negociações. Em 45,45% dos casos, os reajustes foram superiores à inflação e em 36,36% foram menores.
O assessor de assuntos econômicos da FENAJ, Nelson Sato, conta que os dados são preliminares. “Além de termos diversas datas-base entre os sindicatos de jornalistas, alguns com data-base no primeiro semestre ainda não concluíram as negociações e há casos em que as entidades não nos comunicam o fechamento de suas campanhas salariais nem nos mandam os resultados finais”, disse.
Ainda estão com suas campanhas em aberto os Sindicatos dos Jornalistas do Amazonas, Pará, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Ceará (para o segmento de Rádio e TV).
Veja, a seguir, o andamento de algumas das campanhas salariais nos estados.
Em SC jornalistas usam roupa preta em protesto
Um dos estados onde os jornalistas têm data-base no primeiro semestre e a campanha ainda não foi concluída é Santa Catarina. O sindicato patronal suspendeu as negociações que ocorreriam no dia 2 de setembro. A proposta patronal representa um reajuste de 6,28%, abaixo da inflação, que ficou em 6,61%. “Vamos usar roupa preta na quarta, dia 14, em protesto contra a falta de mesa de negociação da atual campanha salarial”, informa Rubens Lunge, membro da atual direção e presidente eleito para a nova gestão do SJSC, que assume dia 30 de setembro.
Na última semana, a direção do sindicato realizou diversas reuniões com jornalistas de redações de jornais (A Notícia Capital, A Notícia Joinville, JSC) e panfletagem na frente do Diário Catarinense (do grupo RBS) em Florianópolis, além de visitar redações em Chapecó. As mobilizações objetivam a retomada das negociações e a busca de um acordo que assegure ao menos a reposição da inflação do último período.
No Ceará patrões apresentam proposta inaceitável
No dia 6 de setembro houve a quarta rodada de negociação da Campanha Salarial 2004/2005 dos jornalistas do Ceará. As empresas de jornais e revistas aumentaram o percentual de reajuste oferecido aos jornalistas de 2,43% para 3,78%. Ainda assim, a proposta foi considerada inaceitável e “ridícula” pela direção do Sindjorce, que reivindica uma reposição de 12%.
A negociação teve os agravantes dos patrões quererem reduzir diárias de viagem de 10% do salário para um dia de trabalho e de tentarem reduzir outras conquistas da categoria. A quinta rodada de negociação, foi realizada nesta segunda-feira.
Assembléia no Sergipe prepara campanha 2005/2006
Nesta terça-feira, dia 13, os jornalistas de Sergipe têm assembléia geral, às 19 horas, no auditório da CUT (rua Porto da Folha, próximo ao Cinform), para discutir a Campanha Salarial_de 2005/2006 e definir sua pauta de reivindicações. Com data-base em janeiro, os jornalistas sergipanos têm o piso salarial mais baixo do país.
Jornalistas de São Paulo definem pauta comum
Em assembléia realizada dia 5 de setembro, os jornalistas de São Paulo aprovaram as reivindicações comuns a todos os segmentos da categoria para a Campanha Salarial de 2005-2006. A aprovação ocorreu na sessão da Assembléia Geral Extraordinária Permanente realizada na segunda-feira (05/09). Os percentuais a serem pleiteados serão definidos nas sessões de assembléia dos segmentos, mas o ponto de partida é um aumento real (4%) e a reposição integral do INPC do IBGE, que deve ficar entre 4,5% e 5,5% nas duas datas-base, que são 1o de outubro, para o caso de Assessorias, e 1o de dezembro para os demais. Essa soma se completa com a reposição de perdas nos anos anteriores, que também são diferenciadas por segmento.
A pauta completa, com quase 90 itens, está disponível na página do Sindicato. Nesta terça-feira, dia 13, haverá reunião aberta a todos os interessados na sede do SJSP (rua Rego Freitas, 530, sobreloja, Vila Buarque), onde será definida uma agenda de atividades e de assembléias por segmentos. Em Rádio e TV, o Sindicato está desenvolvendo uma enquete entre os jornalistas para levantar a real situação da categoria em todo o Estado.





