No dia 17 de outubro o jornalista Luiz Gonzaga Neto foi demitido pela InterTV, afiliada da Rede Globo, por ter veiculado matéria sobre a compra, pela Prefeitura de Campos dos Goytacazes (RJ), de material didático de uma empresa privada, quando tal material é oferecido pelo Ministério da Educação. Já em Campina Grande (PB), no dia 1º de maio o repórter-cinematográfico Damião Tomé de Oliveira foi agredido pelo dono do Mercadinho Germano, quando cobria a fiscalização do Ministério do Trabalho no estabelecimento. A demissão de Luiz Gonzaga Neto ocorreu após reunião entre representantes da Secretaria de Comunicação da Prefeitura de Campos e a direção da Inter TV, onde a pauta foi discutida, sem a presença do jornalista. Em nota oficial emitida no dia 18 de abril, a Associação de Imprensa Campista (AIC) manifestou solidariedade ao jornalista Luiz Gonzaga Neto, colocando-se à disposição no acompanhamento do caso. “A AIC entende que veículos de comunicação que prezam pela prática de um jornalismo de qualidade não podem se dobrar diante de pressões de fontes que são alvos de denúncias, muito especialmente quando estas fontes são do poder público. O papel de cobrar, e até mesmo a liberdade de opinar, são garantias constitucionais inegociáveis”, diz a nota. Já em Campina Grande, a equipe da TV Paraíba estava acompanhando fiscais do Ministério do Trabalho e diretores do Sindicato dos Comerciários quando, ao chegarem no Mercadinho Germano, situado no bairro do Monte Santo, o repórter-cinematográfico foi agredido verbalmente e, em seguida, fisicamente, diante de vários clientes, chegando a cair no chão com seu equipamento. Os agressores foram Severino Bezerra Germano, proprietário do estabelecimento e ex-vereador do Município, e seu filho Ivandro Germano. A Polícia Militar foi acionada, mas não conseguiu prender os agressores. A vítima e os representantes sindicais registraram Boletim de Ocorrência na Central de Polícia e, em seguida, Damião foi encaminhado para fazer o exame de corpo de delito. A Associação Campinense de Imprensa (ACI), o Sindicato dos Jornalistas da Paraíba e o Sindicato dos Radialistas de Campina Grande repudiaram as agressões e cobram das autoridades a devida apuração e punição para os culpados.
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