Demissões e desrespeito com jornalistas geram protestos

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A crise enfrentada pela Editora Três, de SP, o jornal Diário de Manhã, de Goiás e o jornal Tribuna de Alagoas vem gerando conseqüências nefastas para os jornalistas. No embate entre donos das empresas e trabalhadores, a corda arrebenta do lado daqueles que não são responsáveis pela situação. Atrasos de salários e demissões compõem este quadro caótico. As entidades representativas da categoria respaldam as mobilizações e buscam soluções.

Com uma crise financeira que se arrasta há tempos, a Editora Três, de São Paulo, demitiu, no dia 11 de maio, 240 trabalhadores, entre eles 40 jornalistas. “Estamos trabalhando em conjunto com o Sindicato dos Gráficos de Jundiaí, onde está o parque gráfico da editora, para buscar reverter as demissões”, conta o presidente do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo e diretor da FENAJ, José Augusto Camargo.

Já o presidente do Sindicato dos Jornalistas do Município do Rio de Janeiro, Aziz Filho, que também é funcionário da Editora Três, lamenta que a direção da empresa, que edita as revistas IstoÉ, IstoÉ Dinheiro, IstoÉ Gente e Gula, entre outras, não dialogue ou informe seus trabalhadores da situação. “O mínimo que podemos esperar de uma empresa como a Editora Três é que dispense um tratamento digno a seus funcionários”, registra, lembrando que no Rio a empresa é uma das incluídas em ação trabalhista para pagamento de FGTS.

A FENAJ e os Sindicatos dos Jornalistas do Rio e de São Paulo vem tentando abrir canais de negociação com a direção da empresa em busca de soluções. Além das demissões, a editora iniciou uma reformulação onde as redações dos diversos veículos que edita estão sendo unificadas. As negociações para transferência do controle acionário da empresa ao empresário Nelson Tanure foram interrompidas. Agora os comentários são de que o atual controlador da Editora Três, Domingos Alzugaray conta com apoio de um grupo de bancos para manter a empresa.

Jornal de Goiânia atrasa salários e demite jornalistas
Com atrasos no pagamento de salários desde janeiro, os jornalistas do Diário da Manhã, de Goiânia, vivem uma situação de apreensão. Sem dar explicações sobre a crise financeira do jornal, o chefe de redação, Ton Alves, informou, no dia 9 de maio, que os salários de abril atrasariam e que “talvez” os jornalistas receberiam “vales” no final de maio. E ainda “sugeriu” que quem se sentisse insatisfeito pedisse as contas.

No dia 11, o pessoal da redação realizou um protesto silencioso, vestindo-se de preto. Insatisfeita com a manifestação, a direção do jornal, comandada pelo empresário Batista Custódio, demitiu 28 profissionais. O Sindicato dos Jornalistas de Goiás e a FENAJ emitiram nota de protesto contra a direção da empresa.

Ocupação de jornal prossegue em Alagoas
Com salários atrasados e sem terem seus direitos respeitados, os trabalhadores do Jornal Tribuna de Alagoas prosseguem com a ocupação da empresa. Nesta Segunda-feira (14/05) lançaram nova edição do jornal “Tribuna Independente”.

Eles preparam uma passeata pela orla marítima de Maceió para cobrar os salários atrasados e as indenizações. Prometem passar pelo prédio de cada um dos proprietários e diretores. “Serão visitados os endereços do ex-governador Ronaldo Lessa, da família Bob Lyra, do superintendente Geraldo Lessa, do diretor financeiro Vorney Mendes e do diretor Lucas Normande”, registra o blog Ocupação Tribuna de Alagoas.

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