O I Encontro Nacional de Saúde dos Jornalistas, realizado nos dias 9 e 10 de junho, em São Paulo, teve a participa&_cedil;ão de representantes de nove sindicatos da categoria. Nele definiu-se um plano de ação que inclui o trabalho da FENAJ com os sindicatos sobre a saúde; ação direta junto aos profissionais quanto aos problemas, soluções e atuação nas instâncias que tratam da saúde (conselhos e fóruns).
O Encontro contou com a contribuição de representantes do Ministério da Saúde, da DRT (Delegacia Regional do Trabalho), do INSS e da CUT, que apresentaram quadros sobre os conceitos de acidente de trabalho, assédio moral, organização no local de trabalho, entre outros temas.
O diretor da FENAJ Guto Camargo apresentou painel sobre acidentes de trabalho no setor de comunicação. Destacou dados sobre as doenças que acometem os jornalistas na cidade de São Paulo, como problemas no coração, nos pulmões e o número de suicídios, que é relativamente alto quando comparado a outras causas de óbitos.
Maria Maeno, coordenadora do Cerest (Centro de Referência em Saúde do Trabalhador), apresentou informações sobre a LER (Lesão por Esforço Repetitivo) que atinge inúmeras profissões, incluindo os jornalistas. Ela também apontou a ausência de políticas dentro das empresas para reduzir a incidência da doença, apesar das causas já serem conhecidas – jornadas prolongadas, pressão das chefias por produtividade e movimentos repetitivos.
O professor e pesquisador da Fundação Getúlio Vargas, Roberto Helouani, abordou os fatores que resultam no assédio moral. Autor de um estudo sobre a qualidade de vida do jornalista, ele apresentou o perfil do profissional que está no mercado e como são vistas as relações dentro do ambiente de trabalho. Segundo seu estudo, os profissionais que estão nas redações são jovens (20 a 30 anos) e recebem baixos salários – substituindo os profissionais mais experientes. O assédio moral, dentro deste contexto, tem se tornado uma prática constante por parte das chefias, causando problemas psíquicos e físicos para os jornalistas.
Já a psicóloga Andreia Garbin, do Conselho Regional de Psicologia, expôs a metodologia para diagnosticar, nos locais de trabalho, os fatores que provocam as doenças e destacou a necessidade de se conhecer as respostas dos trabalhadores a respeito destes problemas, para elaborar políticas coletivas que melhorem a qualidade de vida.
O Departamento de Saúde e Previdência da FENAJ, conforme a diretora Sueli freitas, vai produzir um documento com as contribuições e encaminhamentos do Encontro Nacional de Saúde do Jornalista. Eles serão distribuídos aos sindicatos para a construção de uma política nacional para a categoria nesta área.
Com informações de Evelize Pacheco