A FENAJ protocolou nesta terça-feira (25/11), no Ministério da Educação, sua indicação para a Comissão que vai elaborar novas diretrizes curriculares dos cursos de Jornalismo. O Fórum Nacional de Professores de Jornalismo também já definiu seus nomes e a Sociedade Brasileira de Pesquisadores em Jornalismo deve fazê-lo ainda nesta semana. No dia 20 de novembro, representantes das três entidades se reuniram com o professor José Marques de Melo, indicado pelo MEC para presidir a Comissão.
Proposta pelo ministro Fernando Haddad em audiência com as três entidades, no dia 23 de outubro, a Comissão tem por objetivo revisar as diretrizes curriculares dos cursos de Jornalismo para qualificar a formação profissional e formular propostas a serem apresentadas ao Conselho Nacional de Educação. As indicações da FENAJ, FNPJ e SBPJor são sugestões que o presidente da Comissão poderá acatar ou não.
A FENAJ indicou o jornalista e professor Eduardo Meditsch, da UFSC (Mestre em Ciências da Comunicação pela USP e Doutor na mesma área pela Universidade Nova de Lisboa). Já o FNPJ indicou os jornalistas e professores Sandra de Deus, da UFRGS (Mestre em Extensão Rural pela UFSM e Doutora em Comunicação pela UFRGS) e Alfredo Vizeu, da UFPE (Mestre em Comunicação pela PUC-RS e Doutor em Comunicação pela UFRJ). E a SBPJor fará sua indicação até o final desta semana.
Diretrizes
Na quinta-feira passada (20/11), os presidentes do FNPJ, Edson Spenthof, e da SBPJor, Carlos Franciscato, mais a Diretora de Educação da FENAJ, Valci Zuculoto, reuniram-se em São Paulo com o professor José Marques de Melo, indicado pelo MEC para presidir a Comissão de atualização das Diretrizes Curriculares para o Jornalismo. Os três buscaram esclarecimentos sobre como Marques de Melo pretende compor a Comissão e qual será sua metodologia de trabalho. Ele disse que não quer notáveis, mas sim integrantes com legitimidade dos diversos segmentos do campo do Jornalismo, inclusive do empresariado.
Quanto à forma de trabalhar, disse que através da Comissão buscará mobilizar e ouvir as sugestões e propostas de todos os segmentos para depois sistematizá-las e encaminhá-las ao MEC e ao Conselho Nacional de Educação.
A diretora da FENAJ alertou para que não se perca o acúmulo do campo, em especial o da Proposta de Diretrizes do Seminário de Campinas, de 1999. Marques de Melo concordou e assegurou que este será um dos pontos de partida para a atualização. A FENAJ, que foi uma das promotoras, junto com o FNPJ, Intercom e Curso de Jornalismo da PUC/Campinas, vai encaminhar o documento formalmente para o presidente da Comissão, assim como o Programa Nacional de Estímulo à Qualidade do Ensino. Da FENAJ, Marques de Melo também recebeu como subsídio o livro “Formação Superior em Jornalismo – uma exigência que interessa à sociedade”. Pelas três entidades, o professor ainda foi alertado quanto ao retrocesso que representará a volta do ciclo básico. Marques de Melo, neste ponto, igualmente concordou que deve ser evitado.
Balanço positivo
Avaliando o resultado do encontro com o presidente da Comissão, Valci Zuculoto considerou o contato produtivo. ”Precisamos, todos os segmentos e entidades do campo do Jornalismo, lutar para que as novas diretrizes efetivamente preparem profissionais com competência e consistência técnica, teórica e ética”, disse.
Para o presidente do FNPJ, Edson Spenthof, a preocupação de Marques de Melo em mediar as propostas dos diversos segmentos envolvidos no debate das diretrizes curriculares é positiva. “Neste primeiro contato houve avanços em várias questões, mas em outras é preciso aprofundar o debate”, disse, destacando a necessidade de valorizar as discussões já acumuladas nas três entidades até o momento.
Já o presidente da SBPJor, Carlos Franciscato, considerou importante a consciência que o presidente da Comissão demonstrou da responsabilidade que lhe cabe neste processo: “ele [Marques de Melo] se mostrou sensível ao diálogo e acredito que teremos uma Comissão bastante qualificada para o debate”.