Entidades dos jornalistas querem mudanças na Reforma Universitária

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sem-brasiliaNo dia 18 de agosto realizou-se em Brasília o Seminário Nacional “A Reforma Universitária e suas Implicações no Ensino de Jornalismo”. As entidades promotoras do evento (FENAJ, FNPJ e SBPJor) se mostraram preocupadas com os rumos da reforma. Os cerca de 70 participantes apontaram como principais preocupações o ciclo básico e a redução do tempo dos cursos de graduação para três anos.

Embora tenha considerado pertinentes as contribuições das três entidades, o Secretário Executivo do MEC, Jairo Jorge, afirmou que o anteprojeto está na Casa Civil e deverá ser remetido ao Congresso em curto espaço de tempo.

Elias Machado, presidente da SBPJor, destacou a importância de um ensino qualificado que exige um tempo mínimo de quatro anos e defendeu uma formação em que não aconteça a separação entre a teoria e a técnica. Para ele, a implantação do Ciclo Básico significaria um retrocesso, separando a teoria e a técnica e desqualificando os cursos de jornalismo.

Já o presidente do FNPJ, Gerson Martins, identificou, no anteprojeto do MEC, uma preocupação centrada na avaliação dos cursos e que isso deve levar a uma revisão do Sistema Nacional de Avaliação do Ensino Superior – SINAES. Ele registrou, também, que muitos professores doutores foram demitidos nas instituições de ensino superior privadas, pois na nova avaliação existe uma equiparação entre o professor doutor e o professor mestre no processo de avaliação dos cursos e as escolas querem reduzir custos e assim não há necessidade de manter professores com doutorado.

Para o presidente da FENAJ, Sérgio Murillo, a redução do tempo de duração dos cursos de jornalismo para três anos vai precarizar a formação e desqualificar a atividade profissional e afirmou ainda que para muitas instituições o tempo mínimo de três anos será o máximo, como o que aconteceu com o currículo mínimo que na prática, durante anos, foi o currículo máximo. Sérgio Murillo também reclamou uma resposta do MEC quanto ao pedido oficial da FENAJ de moratória na abertura de novos cursos de jornalismo, conforme decisão do último Congresso Nacional dos Jornalistas. A FENAJ encaminhou o pedido em outubro do ano passado e faz pressão constante no MEC para obter uma resposta.

Diante desta cobrança e de reivindicações das entidades para que sejam ouvidas nos procedimentos do MEC em relação a avaliação da qualidade do ensino de jornalismo, Jairo Jorge convidou a FENAJ, a SBPJor e o FNPJ para participarem de um seminário marcado para o próximo mês de outubro, no MEC, com o objetivo de discutir a autorização para a abertura de cursos universitários.

A FENAJ, FNPJ e SBPJor vão sistematizar os debates do Seminário de Brasília e produzir um relatório que será encaminhado aos seus associados para debate. O objetivo é continuar produzindo acúmulo em torno do tema para encaminhamento ao Congresso Nacional como contribuição do Campo à discussão do anteprojeto da Reforma Universitária.

Com informações do site do FNPJ