FENAJ repudia agressão a repórter fotográfico em Minas Gerais

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A Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ) acompanha com preocupação os recentes ataques a jornalistas por parte dos grupos bolsonaristas que, mesmo depois da posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), ainda não se desmobilizaram totalmente no entorno de quartéis do Exército.

Infelizmente, 2023 já começou com uma onda de violência contra os profissionais da mídia, com o registro de agressões a equipes de reportagem em pelo menos seis estados: Ceará, Espírito Santo, São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul e, agora, Minas Gerais.

Nesta quinta-feira (5/01) um repórter fotográfico do jornal Hoje em Dia foi agredido por um grupo que participa das manifestações antidemocráticas em frente à Companhia de Comando da 4ª Região Militar, na avenida Raja Gabaglia, região Oeste de Belo Horizonte. O profissional sofreu um corte na cabeça e foi levado para uma unidade de saúde. A câmera foi roubada e as lentes, destruídas. A Polícia Militar foi acionada.

Os acampamentos bolsonaristas viraram zona de risco para profissionais da imprensa desde o resultado do segundo turno das eleições, quando levantamento conjunto da FENAJ e da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) apontaram 70 episódios de violência contra a categoria no país.

Ao mesmo tempo em que nos solidarizamos com o repórter fotográfico do Hoje em Dia, solicitamos às empresas jornalísticas que pautem a cobertura desses acampamentos somente com a garantia de segurança para seus profissionais.

Pedimos, ainda, que as autoridades reforcem a vigilância em atos antidemocráticos. Ofício neste sentido foi enviado ao Ministério da Justiça e à Secretaria de Comunicação Social do Governo Federal (Secom) para que as providências cabíveis sejam tomadas.

É preciso dar um basta à violência contra os trabalhadores e garantir o exercício livre e seguro do jornalismo no Brasil.