Jornalistas são recebidos a tiros em rádio de Curitiba

928
Foto: Silvia Valim.

A equipe de jornalismo do programa 91 notícias, produzido por uma produtora terceirizada e que estreou esta semana na rádio 91,3FM, sofreu um ataque ao chegar ao local de trabalho, nesta quarta-feira. Os jornalistas Ricardo Vieira e Silvia Valim, além do filho do proprietário da emissora, Moisés Pires, foram recebidos a tiros.

Os apresentadores do noticiário matinal aguardavam abertura da rádio do lado de fora, por volta das 4h30 da manhã. Quando o proprietário chegou ao local e abriu o portão principal, um homem começou a atirar em direção à equipe, atingindo um dos carros. Não houve qualquer diálogo entre o suspeito e as vítimas.

“Os tiros foram em sequência. A impressão é que toda a munição foi utilizada para nos atingir. Ouvi, pelo menos, dez tiros. Meu carro estava em grande parte encoberto pelo veículo do Ricardo e só por isso não foi atingido. Aceleramos e tentamos nos distanciar o máximo da rádio”, conta Valim, que também é diretora do SindijorPR.

O suspeito fugiu do local. “Só tive noção do risco quando paramos e vimos que uma das balas atingiu meu carro. Até o momento eu achava que os tiros tinham sido para cima, só para assustar. Mas o risco foi real”, explica Vieira.

Foram encontrados no local 11 projéteis de calibre .40, proibidos para uso tanto de seguranças particulares como guardas municipais. Os jornalistas fizeram boletim de ocorrência no 3º Distrito Policial e aguardam o resultado das perícias do setor de criminalística. A polícia também informou durante o boletim de ocorrência que atirar, mesmo que para cima, é ilegal e, portanto, as investigações são por disparo de arma de fogo e tentativa de homicídio.

Em virtude do clima de insegurança instaurado no local a equipe decidiu por não retornar à rádio e ficou sem edição nesta quarta-feira.

O SindijorPR repudia qualquer tipo de agressão ao jornalista e já solicitou imediata medida de segurança no local, além de apurar junto à polícia um parecer sobre a investigação do caso. A direção da Rádio informou que já possui uma equipe de vigilância para a rádio e que os profissionais desta irão acompanhar a entrada dos jornalistas nos próximos dias. Também foi relatado o início de um projeto para construção de uma entrada exclusiva da emissora – hoje ela é compartilhada com o mercado ao lado.

Para o diretor-presidente do SindijorPR, Gustavo Vidal, não se pode admitir riscos para os profissionais. “Já sofremos assédio e corremos riscos diariamente no exercício da profissão. Não ter o mínimo de segurança possível no local de trabalho é inadmissível, assim como qualquer violência aos trabalhadores”, finaliza.

Autor: SindijorPR