Em julgamento concluído no dia 27 de março, foram condenados quatro dos acusados pelo assassinato de Luiz Carlos Barbon Filho. O profissional, que denunciou em reportagens o aliciamento de menores envolvendo políticos e empresários, com a anuência de policiais, foi morto a tiros em maio de 2007. Em recente manifestação, a UNESCO e a Federação Internacional dos Jornalistas (FIJ) condenaram a violência contra trabalhadores da comunicação. Em 2009 foram registrados 78 assassinatos de jornalistas em todo o mundo.
Barbon foi alvejado na porta de um bar, em Porto Ferreira, interior de São Paulo, por dois homens que chegaram em uma motocicleta. Além de denunciar o aliciamento de menores, ele preparava uma reportagem sobre roubo de cargas na região de Porto Ferreira.
O julgamento do caso, que durou três dias, foi no Fórum da Barra Funda, em São Paulo. Após o júri popular, composto por sete pessoas, considerar os acusados culpados, o juiz Cassiano Ricardo Zorzi condenou o comerciante Carlos Alberto da Costa e os PMS Edson Luís Ronceiro e Adélcio Carlos Avelino a 18 anos e 4 meses de prisão. Já o PM Paulo César Ronceiro, foi condenado a 16 anos e 4 meses de cadeia.
O quarto PM acusado de envolvimento no crime, Valnei Bertoni, ainda não foi julgado porque sua defesa recorreu para desmembrar o processo.
Violência assustadora
Dados da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) divulgados no dia 25 de março apontam que em 2009 foram mortos 78 jornalistas. Com 37 mortes, as Filipinas lideram o ranking da violência contra profissionais de imprensa. Na América Latina a “liderança” é do México, com 13 mortes de profissionais de imprensa registradas no ano passado.
Um manual de segurança editado pela FIJ busca orientar os profissionais que atuam em pautas ou áreas de risco. A entidade também criou um Fundo de Solidariedade para apoiar os jornalistas que são ameaçados pelo trabalho que realizam.
A FIJ comanda uma campanha mundial, com apoio da UNESCO, para que os países onde há o maior número de ataques a jornalistas se comprometam a combater a impunidade e a insegurança.
Com informações da Agência Brasil