Para FENAJ, pressões da PF são intimidações ao Jornalismo

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A Operação Satiagraha, da Polícia Federal (PF), e o vazamento de dados para a imprensa sobre as investigações contra o milionário Daniel Dantas prosseguem tendo grande repercussão. Para a FENAJ, o caso ocorrido na semana passada, quando a PF tentou prender a repórter Andréa Michael, da Folha de São Paulo, e a acusação de privilégio nas informações ao repórter César Tralli, da TV Globo, são atos explícitos de intimidação do exercício do Jornalismo.

O presidente da FENAJ, Sérgio Murillo de Andrade, informa que a entidade condenou e denunciou os dois casos. “Ações da PF como essas, de busca e apreensão de documentos, pressões sobre vazamento de informações ou ameaça de prisão são demonstrações inequívocas de intimidação do Jornalismo”.

Para Murillo, o vazamento de informações sobre as investigações e mesmo o fato do repórter da Globo saber antes de outros veículos da prisão de Dantas, são de responsabilidade da própria Polícia Federal. “O jornalista tem a obrigação de divulgar tudo o que tem interesse público e relevância social”, defende. Ele considera, no entanto, que isto deve ser mediado quando oferecer risco de vida aos envolvidos na apuração jornalística.

Após os dois casos envolvendo a imprensa, a Polícia Federal admitiu que o erro “foi do agente do Estado que vazou as informações”. A assessoria de imprensa da PF informou que está sendo aberto um inquérito para investigar o vazamento.