Presidente da FENAJ pede retratação do JB

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Em carta encaminhada ao Jornal do Brasil, dia 10 de Fevereiro, o presidente da FENAJ, Sérgio Murillo de Andrade pediu retratação do veículo e publicação de seus esclarecimentos. Matéria publicada no JB de 31 de janeiro atribuiu a ele críticas ao ex-presidente da entidade, Armando Rollemberg, além de atacar a organização sindical dos jornalistas. Caso não tenha seu pedido atendido, Sérgio Murillo pretende recorrer à justiça.

Tachado de “predador do mercado de trabalho dos jornalistas” por promover pressão para que diversos profissionais aceitassem contratos como Pessoa Jurídica (PJ), sem direitos assegurados pela CLT, Tanure processou 4 pessoas, entre eles os presidentes dos Sindicatos dos Jornalistas de São Paulo e do Município do Rio. Depois, insatisfeito com matérias de dois repórteres do jornal O Estado de S. Paulo, Tanure ameaçou processá-los e seus veículos publicaram matérias sem assinatura agredindo-os.

O caso mais recente foi a matéria apócrifa envolvendo o atual e o ex-presidente da FENAJ. “A tática de recortar declarações em textos e editar de acordo com interesses escusos é solerte, desrespeita a ética profissional e regras elementares do jornalismo, merecendo a denúncia e o repúdio”, afirma o presidente da FENAJ na carta encaminhada ao JB.

A FENAJ prossegue com sua campanha de desagravo e solidariedade aos jornalistas agredidos por Tanure. Para participar, clique aqui e preencha o Manifesto de Desagravo com seus dados. Leia, a seguir, a íntegra da carta encaminhada ao Jornal do Brasil.

Ao Editor do Jornal do Brasil

Sr. Editor:

A respeito de divulgação de matéria, no último dia 31 de janeiro, envolvendo a Federação Nacional dos Jornalistas, esclareço o seguinte:

1. A FENAJ solidarizou-se com colegas jornalistas atacados de forma pessoal e anti-ética pelo Jornal do Brasil e Gazeta Mercantil. São descabidas as intenções sugeridas pelo texto publicado no JB.

2. A relação com o assassinato da jornalista Sandra Gomide, em 2000, é totalmente sem propósito e fruto da imaginação de quem “produziu” a matéria.

3. A FENAJ, desde o primeiro momento, exigiu a punição do responsável pelo brutal assassinato. Mas jamais tentou tirar proveito político da tragédia, o que parece vêm fazendo os veículos controlados pelo Sr. Nelson Tanure.

4. A FENAJ não tem “40 mil sócios”. A Federação é formada por 31 Sindicatos de Jornalistas filiados, que, por sua vez, representam aproximadamente 40 mil jornalistas. Destes, estavam aptos ao voto, nas eleições para a FENAJ de 2004, cerca de 13 mil eleitores. Votaram, de forma direta, em todo país, quase cinco mil jornalistas, praticamente 40% dos aptos. Uma demonstração de vitalidade do movimento sindical da categoria e representatividade da Federação Nacional dos Jornalistas que, em 2006, completa 60 anos e merece respeito pela sua história de lutas em defesa dos jornalistas, do jornalismo e da própria sociedade brasileira, no seu direito à informação e comunicação democráticas, éticas e de qualidade.

5. Jamais, em momento algum, dei depoimentos ou entrevistas ao JB ou mesmo autorizei a utilização de fragmentos de manifestações como foi feito, de forma sórdida, na edição de 31 de janeiro. Jamais critiquei a gestão do jornalista Armando Rollemberg que considero uma das mais combativas e competentes de toda a história da nossa Federa&ccedi_;ão. Na presidência da FENAJ, Armando honrou a tradição de luta da categoria e contribuiu para tornar nossa entidade uma referência em todo Brasil e no exterior. Aliás, Armando Rollemberg é, pessoalmente, o responsável por meu envolvimento com o movimento nacional dos jornalistas. A tática de recortar declarações em textos e editar de acordo com interesses escusos é solerte, desrespeita a ética profissional e regras elementares do jornalismo, merecendo a denúncia e o repúdio.

Na expectativa de repor a verdade, aguardo uma retratação e a publicação desses esclarecimentos.

Sérgio Murillo de Andrade

Presidente da FENAJ