Propostas diferentes sobre TV Digital dividem opiniões

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A repercussão da decisão do governo uruguaio de adotar o padrão de TV digital europeu e a divergência entre as redes de TV sobre uma proposta que permite a transmissão digital via satélite marcaram o debate sobre o tema na semana passada. No centro das discussões, o ministro das Comunicações, Hélio Costa, prossegue argumentando em defesa do padrão japonês.

Definida no final de agosto, a posição do governo uruguaio de adotar o padrão Digital Video Broadcasting (DVB), europeu, é inédita na América Latina. E baseou-se na avaliação de que o DVB possibilita aumentar o número de operadoras, ter maior diversidade de conteúdos e não exigir equipamentos sofisticados.

Segundo o periódico La República, com a decisão o Uruguai passa a ser o centésimo país do mundo a optar pelo padrão europeu, enquanto cinco optaram pelo padrão norte-americano e só dois ao japonês. Integrantes de movimentos em defesa da democratização da comunicação comemoraram a decisão do governo uruguaio.

Quem não viu motivo para comemoração foi o ministro Hélio Costa. Ao contrário, buscou desqualificar tal posição. Comparou o mercado de TV uruguaio ao de uma cidade do interior paulista e que os uruguaios perderão com tal decisão, pois deixarão de captar os sinais do Brasil. Costa avaliou que a decisão uruguaia não afeta a política de TV digital brasileira, pois o país tem a maior população da América do Sul. E registrou que os sistemas de recepção de sinais de TV são diferentes. O brasileiro é majoritariamente em sinal aberto, enquanto o uruguaio e o argentino são majoritariamente via satélite ou cabo.

Posições divergentes
Uma reivindicação entregue ao ministro das Comunicações pela Band e Rede TV, de implantação no país do ISDB-S, que permite a transmissão do padrão digital japonês via satélite – e conseqüente captação através de antenas parabólicas – está dividindo opiniões.

As proponentes afirmam que isto democratizaria o acesso à TV digital. Mas enquanto a Record e SBT ainda não se posicionaram, a Rede Globo e a Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e TV (Abert) manifestaram-se contra. O argumento da empresa da família Marinho é de que as antenas parabólicas prejudicam a captação de publicidade regional.