Quase 90% das negociações salariais com data-base em julho conquistaram ganhos reais

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As categorias com data-base em julho têm apresentado bons resultados nas negociações dos reajustes salariais desse ano, segundo o Boletim De Olho nas Negociações nº35. De 165 categorias analisadas pelo Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese), até 10 de agosto, 89,1% conquistaram ganhos reais de salários e 10,3% obtiveram reajustes iguais à inflação dos últimos 12 meses.

Apenas uma negociação (0,6%) teve reajuste abaixo do Índice Nacional de Preços ao Consumidor, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (INPC/IBGE), usado como parâmetro nas análises.

O quadro de julho é parecido com o observado nas duas datas-bases anteriores. Chama atenção o contraste com o desempenho de julho de 2022, quando o percentual de negociações com reajustes abaixo da inflação foi de 66,5%.

A variação real média, correspondente à média simples dos reajustes, após desconto da inflação, continua em elevação. Em julho, foi equivalente a 1,95% acima do INPC.
A ocorrência de parcelamento dos reajustes segue em patamares baixos, observada em apenas uma negociação de julho (0,6% do total na data-base).
Já o escalonamento dos reajustes, fenômeno que corresponde ao pagamento de reajustes diferenciados segundo faixas salariais ou tamanho das empresas, ocorreu em 6,1% das negociações de julho, praticamente igual ao observado em julho de 2022. Em relação a 2023, é o menor percentual registrado até o momento.

Resultados acumulados em 2023

Das 9.829 negociações de reajustes salariais de 2023 analisadas até 10/08, 76,5% conseguiram resultados acima da inflação medida pelo INPC. Reajustes iguais a esse índice foram observados em 18% das negociações; e abaixo dele, em apenas 5,5% dos casos. A variação real média dos resultados no ano, até julho, é de 0,75% acima do INPC.

Acesse o Boletim De Olho nas Negociações nº35NegociaçõesDieese