RBS promove demissões em massa e barra acesso de sindicalistas às redações

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barrados_12_internaUma manifestação em frente à sede do Grupo RBS, na sexta-feira (8/08), denunciou à sociedade o descaso da empresa com seus trabalhadores. Considerado líder em comunicação no sul do país, o Grupo promoveu demissão em massa de funcionários ligados ao setor de impressos. Foram 130 desligamentos em várias áreas no Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Brasília. Além disso, barrou o acesso de dirigentes sindicais às redações. As entidades sindicais vão à Justiça contra as demissões imotivadas.

No dia 8, o Sindicato dos Jornalistas do Rio Grande do Sul, com apoio da FENAJ, realizou um protesto em frente ao Jornal Zero Hora com carro de som, cartazes e panfletos para informar a população sobre como o Grupo RBS valoriza seus profissionais, repudiando a atitude da empresa. Em seguida, dirigentes da entidade, juntamente com o presidente da FENAJ, Celso Schröder, solicitaram uma visita à redação do jornal. O diretor de relações sindicais do grupo, Ary dos Santos, barrou o acesso sob o argumento do horário de fechamento do jornal. Segundo ele, neste momento após as demissões, nenhum sindicato está sendo recebido pela empresa.

“O argumento de que iríamos atrapalhar o dia de fechamento dos jornais de sábado e domingo não se justifica. Não queriam nossa presença dentro da redação. Nosso entendimento é de que o maior dano foi provocado pela empresa, que anunciou a demissão na segunda e os colegas ficaram dois dias sob a tensão da perda do emprego. O abalo emocional foi responsabilidade da empresa. O Sindicato não é prejudicial a ninguém”, afirmou o presidente do SINDJRS, Milton Simas.

Postura idêntica foi adotada no dia anterior, em Florianópolis – também por determinação do diretor de relações sindicais da RBS -, quando dirigentes da FENAJ e do Sindicato dos Jornalistas de SC foram impedidos de entrar na redação do jornal Diário Catarinense. “Esta postura da RBS configura uma prática antissindical que vai ser denunciada internacionalmente”, reagiu Celso Schröder, informando que a FENAJ apoiará as medidas que os Sindicato dos Jornalistas de Santa Catarina e Rio Grande do Sul tomarão contra esta agressão aos jornalistas e ao movimento sindical da categoria. “Este é um exemplo claro da responsabilidade social que a RBS apregoa”, finalizou o presidente da FENAJ.
Denúncias contra o processo de demissões em massa na RBS foram encaminhadas à representação da Organização Internacional do Trabalho (OIT) em Brasília, ao Ministério do Trabalho e Emprego e à Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República. Os Sindicatos de SC e do RS, além de colocarem suas assessorias jurídicas à disposição dos demitidos, também acionaram o Ministério Público do Trabalho e Justiça do Trabalho para assegurar os direitos dos jornalistas demitidos pelo Grupo RBS nos dois estados.

Com informações do SNDJRS e do SJSC