Relatório da FIJ registra 94 profissionais de comunicação mortos em 2010

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A Federação Internacional de Jornalistas (FIJ) divulgou, em fevereiro, o relatório completo de mortes de jornalistas e trabalhadores da imprensa no exercício da profissão em 2010. Foram registradas 94 mortes, demonstrando os riscos crescentes que enfrentam os jornalistas em todo o mundo. O relatório inclui também três casos de jornalistas mortos acidentalmente durante o trabalho.

Desde quando iniciou a elaboração de seu relatório anual, em 1990, a FIJ já computou o falecimento de 2.271 profissionais de imprensa. Nos registros de 2010, o Paquistão ficou com o pior índice de segurança para os trabalhadores na comunicação, com 16 mortes, seguido do México e Honduras, que tiveram dez nomes na lista de mortos.

Embora os dados revelem uma queda das mortes de jornalistas em relação a 2009, quando foram registradas 139 ocorrências, a manutenção de altos índices de violência contra os profissionais da comunicação preocupa a entidade. Os conflitos regionais, as guerras do narcotráfico e a instabilidade política em diversos países foram as principais causas a vitimar jornalistas. A prevalência da impunidade foi criticada pela FIJ, que cobrou dos governos seriedade na apuração e punição dos que cometem crimes contra jornalistas.

O relatório inclui uma descrição detalhada do Fundo Internacional de Segurança da FIJ, que é utilizado para ajudar os jornalistas e suas famílias vitimados por violências ou que foram forçados ao exílio. Para acesso ao relatório completo, cliqueaqui.

Sindicato angolano condena atentados a liberdade de imprensa
Em comunicado divulgado no dia 9 de março, o Sindicato dos Jornalistas Angolanos (SJA) protestou contra diversos casos de agressões à liberdade de imprensa no país. O documento fez referências particularmente quanto à detenção de três jornalistas do semanário Novo Jornal na sequência de uma cobertura que pretendiam fazer no Largo da Independência, no dia 7 de Março (supostamente considerado um ato contra o Presidente angolano, Eduardo dos Santos), de tentativas de intimidação de equipes de reportagem da Emissora Católica de Angola e o caso do jornalista Armando Chicoca que, no Namibe, foi condenado a um ano de prisão sem que lhe fosse assegurado amplo direito de defesa.

Além de cobrar das autoridades um freio nos excessos policiais que ameaçam a segurança dos jornalistas e estimular os veículos e os profissionais a ingressarem com ações judiciais, a entidade anunciou que promoverá um debate público nacional sobre a criminalização da atividade jornalística e as garantias políticas e legais para o seu exercício.