Em nota oficial emitida nesta terça-feira (1º/12) o Sindicato dos Jornalistas do Distrito Federal repudiou o recente escândalo envolvendo o governo, parlamentares e empresários de Brasília em denúncias de corrupção. A entidade criticou a parcialidade da cobertura da imprensa do DF sobre o caso e defendeu o afastamento dos envolvidos de seus cargos até o final das apurações.
“Ao tomar conhecimento dos gravíssimos fatos que se tornaram públicos em decorrência da Operação Caixa de Pandora da Polícia Federal, a Diretoria do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Distrito Federal manifesta repúdio e preocupação com os destinos políticos do DF”, diz a nota, que registra a perplexidade da população com as imagens veiculadas pela imprensa nacional.
Alcunhado pela imprensa como o “mensalão do DEM” o caso envolve o governador José Roberto Arruda, o vice Paulo Octávio, o presidente da Câmara Legislativa, deputado Leonardo Prudente, oito deputados distritais e secretários de Estado “surpreendidos em atitudes suspeitas e indignas dos altos cargos que ocupam”, segundo a nota.
As denúncias feitas à Polícia Federal e ao Ministério Público já envolvem políticos de pelo menos nove partidos. “A imagem de Alcyr colocando dinheiro na cueca não deixa de ser uma afronta aos trabalhadores”, diz o Sindicato dos Jornalistas do DF, referindo-se ao empresário Alcyr Duarte Colaço Filho, dono do jornal Tribuna do Brasil. O Sindicato conta que denunciou Alcyr ao governador Arruda e pediu providências pelo não cumprimento de obrigações trabalhistas do empresário para com seus funcionários, mas que “nunca recebeu uma resposta sequer”.
O Sindicato do DF pede rigorosa apuração das denúncias, com afastamento das autoridades até o final das investigações. “Isso é o mínimo que a sociedade brasiliense espera da Justiça”, diz o documento, onde a entidade registra sua discordância com a cobertura parcial da imprensa local. “A sociedade merece respeito e é obrigação dos meios de comunicação fornecer todas as informações de maneira responsável para que o cidadão possa formar sua opinião”, finaliza a nota.