
Equipes de imprensa de rádio e TV estão sofrendo ameaças e agressões verbais durante a cobertura jornalística dos protestos que acontecem em Palmas
O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Tocantins (Sindjor-TO) e a Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ) solicitaram, na última sexta-feira (4/11), que o Ministério Público Estadual (MPTO) atue no sentido de coibir as intimidações sofridas pelas equipes de imprensa durante a cobertura das manifestações realizadas em Palmas, por simpatizantes do presidente Bolsonaro.
A presidente do Sindjor-TO e vice-presidente Regional Norte II da FENAJ, Alessandra Bacelar, e o advogado Robson Tiburcio detalharam em reunião com o procurador-geral de Justiça (PGJ), Luciano Casaroti, pelo menos sete episódios ocorridos nos últimos dias, em que equipes de emissoras de TV e de rádio foram intimidadas e ameaçadas durante a produção de reportagens sobre os protestos. A reunião no Ministério Público teve a participação de representantes de duas redes de TV locais.
A presidente do Sindicato aproveitou o encontro para relatar outros episódios de violência cometidos contra jornalistas do Tocantins, relacionados a constrangimento ilegal, crimes de ameaça, intolerância religiosa, racismo e homofobia. Na ocasião, Luciano Casaroti sinalizou que diligenciará junto aos promotores para que atuem buscando resposta do Judiciário das demandas criminais sobre delitos praticados contra os profissionais da imprensa que estejam em curso.
O PGJ também indicou que buscará atender a demanda atual do Sindicato e se comprometeu a intermediar, junto ao Comando da PM, uma reunião para que sejam definidas outras medidas que garantam a segurança das equipes de imprensa.
Alessandra Bacelar afirmou que é fundamental a sensibilização dos órgãos de controle social e da segurança pública para garantir a integridade dos jornalistas e demais profissionais da imprensa. “Saímos da reunião satisfeitos com o interesse do Ministério Público em atender a nossa solicitação. Agora vamos atuar para que outras instituições, como o Ministério Público do Trabalho e a Polícia Militar também possam se sensibilizar e agir tanto para coibir as intimidações, como para responsabilizar aqueles que estejam atentando contra o trabalho da imprensa tocantinense”, destacou.
Entenda
Desde a última quarta-feira (2/11) o Sindjor-TO repudia e denuncia as constantes ameaças sofridas por equipes de imprensa escaladas para cobrir as manifestações promovidas por simpatizantes do presidente Bolsonaro, derrotado nas eleições presidenciais no último domingo, 30. Pelo menos sete casos de intimidações e violência verbal já foram reportados ao Sindicato que, além de emitir nota pública de repúdio, acionou o MPTO via Ouvidoria, noticiando os fatos comprovados por vídeos e registros das equipes sendo intimidadas.
Além disso, o Sindjor-TO solicitou diretamente ao PGJ nesta sexta-feira (4/11), providencias para coibir as ameaças contra a imprensa, em reunião presencial com a participação de representantes de emissoras de TV de Palmas.
Ascom/Sindjor-TO