O mês de abril não está sendo fácil para a Comunicação Social no Brasil e, principalmente, no Rio Grande do Norte. A tentativa de censura, cada vez mais presente no jornalismo, começa a querer ganhar ares de normalidade, o que não é. Não vai se tornar normal. A democracia, liberdade de expressão e imprensa serão defendidas a ferro e fogo.
Ainda no início do mês, seis jornalistas que participavam do programa “Linha de Passe”, da ESPN, foram suspensos após criticarem a Confederação Brasileira de Futebol (CBF), numa nítida agressão à liberdade de expressão e de imprensa. Após uma grande mobilização nacional, no dia 10 de abril, todos voltaram ao programa.
Os empresários da comunicação do Rio Grande do Norte estão fazendo “escola de censura” e aplicando aos profissionais no Estado. O primeiro a sofrer com a liberdade de imprensa e expressão foi o jornalista Heitor Gregório, ao ter sua demissão anunciada em seu próprio Instagram, após fazer uma crítica ao atual prefeito de Natal, Paulinho Freire. Com o argumento de amizade entre sua família e a do mandatário de Natal, o empresário Flávio Azevedo “convidou gentilmente a encontrar outra forma de veicular suas críticas”. Típico do programa “O Aprendiz”: você está demitido.
Seguindo a mesma cartilha da censura, a TV Ponta Negra fez o mesmo com o jornalista Bruno Barreto. Convidado pela jornalista e proprietária da emissora, Micarla de Souza, para ser comentarista político no Jornal do Dia, ele foi subitamente afastado da tela da TV por fazer o que foi convidado a fazer: comentário político. Mais uma vez, o afastamento também envolve um mandatário municipal, o prefeito de Mossoró, Allyson Bezerra. O Conselho Editorial da TV Ponta Negra não ficou satisfeito com as críticas feitas pelo jornalista à administração do prefeito de Mossoró e decidiu puni-lo, o afastando da emissora. A sociedade potiguar sabe que o jornalista Bruno Barreto é um crítico à administração de Mossoró não de agora, mas há muito tempo.
As liberdades de imprensa e expressão são pilares da democracia, e precisam ser defendidas por toda a sociedade, principalmente pelos agentes públicos. Nos causa estranheza o silêncio dos prefeitos de Natal e Mossoró nesses episódios de clara censura.
O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Rio Grande do Norte e a Federação Nacional dos Jornalistas repudiam a atitude da TV Ponta Negra e se solidarizam ao jornalista Bruno Barreto, e esperamos que ele continue com o jornalismo sério, crítico e ético para a sociedade potiguar.
Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Rio Grande do Norte
Federação Nacional dos Jornalistas.