Sindjorce e FENAJ repudiam demissões de nove profissionais na RedeTV Fortaleza

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rede_tv_internaO Sindicatos dos Jornalistas do Ceará e a FENAJ repudiaram, no dia 2 de julho, as demissões ocorridas na RedeTV Fortaleza. Foram sete profissionais de jornalismo e mais dois técnicos dispensados sumariamente, sem aviso prévio, num claro indicativo de má gestão na emissora. A lista inclui dois repórteres, três produtores, um editor e um repórter cinematográfico, além de uma maquiadora e um auxiliar de cinegrafista.

A informação da dispensa dos profissionais chegou pelo chefe do jornalismo da emissora em Fortaleza, que argumentou que a notícia seria dada por um executivo nacional da Rede TV, que já vinha anunciando demissões na praça principal, em São Paulo, e na sucursal de Recife, mas que acabou perdendo o avião rumo à capital do Ceará. Segundo os jornalistas demitidos, a decisão da empresa é de manter apenas 20% do pessoal. 

O agravante é que a representante dos Recursos Humanos da RedeTV Fortaleza pediu para que os trabalhadores afastados sumariamente aguardassem 10 dias em casa, até a chegada de documentos da demissão de São Paulo, mas sem que entregasse documentação comunicando o ato da manhã de hoje. Como argumentaram os profissionais, foi tudo “de boca”, com o pedido da TV para que fizessem apenas o exame demissional. 

O Sindicato apurou, ainda, que uma das jornalistas demitidas acabou de voltar de licença maternidade. Desta forma, a emissora descumpre a cláusula 34ª (Estabilidade da Mãe Jornalista) da Convenção Coletiva de Trabalho 2013, celebrada entre as emissoras, sindicato laboral e Ministério do Trabalho. 

Um dos profissionais foi mantido por estar de licença médica e concorrendo em chapa que disputa a campanha eleitoral 2013 do Sindjorce, o repórter cinematográfico Humberto Simão, que tem sua estabilidade de emprego garantida. Ficaram “para apagar a luz” uma produtora, um editor, um cinegrafista-motorista e o chefe de jornalismo, que agora atuará como único repórter no Ceará. 

O Sindjorce presta irrestrita solidariedade aos jornalistas dispensados sem justa causa, sabendo que o processo de demissão já configura irregularidades. Ao mesmo tempo, pedimos os profissionais enviem informações que possam subsidiar a nossa assessoria jurídica, que está totalmente à disposição. 

As demissões não resolvem problemas administrativos e financeiros dos veículos de comunicação, provocados em sua maioria por má gestão das empresas. Além do propósito de enxugar custos, as atuais dispensas, segundo informações da base, sinalizam a continuidade do processo de descumprimento dos direitos trabalhistas na emissora, que é acusada de não depositar regularmente as parcelas do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e valores de rescisões de outros profissionais, já tendo sido alvo de fiscalização da Superintendência Regional do Trabalho, após irregularidades contadas pelo Sindicato.

Fonte: Sindicato dos Jornalistas do Ceará